08/03/2021

Meio de transporte essencial em 12 meses de pandemia



Entre março e agosto de 2020, as locadoras que operam com aluguéis para aplicativos e pessoas físicas sofreram uma queda que chegou a 90%, empilhando carros em seus pátios e com o setor constatando o fechamento de parte dessas empresas.

As terceirizações de frotas para os setores público e privado, que ajudaram as locadoras a tentarem manter suas operações, mesmo essas tiveram queda de aproximadamente 30%.

Para sobreviverem, as locadoras tiveram de desmobilizar parte de suas frotas com a venda de veículos, assim como fizeram famílias com mais de um veículo na garagem; e também pequenas empresas de diversos setores, colocando à venda parte de suas frotas próprias.

As montadoras interromperam a fabricação e o mercado de automóveis zero quilômetro também parou. Sem carros no mercado, as locadoras ainda tentaram manter as suas frotas paradas nos pátios, na medida em que passaram a perceber, na prática, que ao seguir vendendo os seminovos teriam cada vez mais dificuldades para comprar e receber os veículos zero quilômetro.

Receosas, as montadoras se viram obrigadas a adotar muita cautela na retomada gradual nas linhas de produção e, para tentar compensar o prejuízo do período, reajustaram suas tabelas em torno de 33% para o setor de locação (na comparação entre os preços praticados em fevereiro e em dezembro de 2020).

Enfim, ficou muito mais difícil para as locadoras renovarem suas frotas, assim como para as pessoas físicas e pequenas empresas, tornando quase impossível repor os veículos que tinham sido vendidos no auge das quarentenas.

O panorama só mudou a partir de setembro de 2020, quando o mercado de aluguel de veículos deu uma volta de 180º. Os motoristas de aplicativos retornaram ao trabalho em maior número e as pessoas físicas e pequenas empresas começam a ver, de fato, que o custo-benefício do aluguel de veículos é muito melhor do que o do veículo próprio.

O mercado de veículos se aqueceu, com preços altos tanto para os seminovos como para os carros zero quilômetro – que, além de caros, estavam e ainda estão com prazo de entrega entre 60 a 180 dias. Os descontos 'milagrosos' das montadoras desapareceram.

Mas, por outro lado, os pátios das locadoras começaram a esvaziar e os preços do aluguel se realinharam à realidade do valor dos veículos oferecidos pelas montadoras. De lá para cá, o setor passou a atender ainda mais hospitais, clínicas, laboratórios, centros de distribuições, a segurança pública, aplicativos, grandes e pequenas empresas e famílias.

Não à toa, portanto, a locação de carros foi reconhecida como atividade essencial pelo Governo Federal. Além de fornecer veículos para as outras atividades que não podem parar, a locação seguiu atendendo pessoas que buscam evitar aglomerações no transporte durante a pandemia.

Dessa forma, com a compra de carros, atendimento à população e venda dos seus ativos após pelo menos 12 meses de uso no aluguel, as locadoras também continuam ajudando bastante a fazer a economia do país girar.