Paulo Miguel Junior
Se, em julho deste ano, o crescimento do turismo doméstico já favoreceu o aluguel de carros, com aumento de 20% na locação diária em comparação com os meses de baixa temporada, o “combo” festas de fim de ano, férias de verão e preços das passagens aéreas projeta protagonismo ainda maior ao turismo sobre rodas no Brasil.
Embora o hábito de alugar ainda seja mais frequente em viagens ao exterior, a cultura da locação também se faz presente nas viagens em território nacional. Diante de variáveis que afetam o bolso, é inegável a tendência que aponta por busca de roteiros mais baratos e distâncias mais curtas, tudo dentro do próprio Brasil.
Vivemos um momento de valorização das viagens de carro e a locação dos veículos é a opção que mais tem crescido entre aqueles que não abrem mão de viajar. Tanto é que o turismo interno demandou 48% da frota total das locadoras de veículos no último ano, com aproximadamente 32% voltados ao aluguel diário para as viagens de lazer e 16% para o turismo de negócios.
Alugar um carro, ou mesmo um motorhome (mais comum no exterior, mas que também começa a conquistar brasileiros), traz também implicações em relação ao perfil dos viajantes, que está cada vez mais amplo e variado, dentro do nosso território. Até as chamadas roadtrips, antes associadas apenas aos aventureiros, agora também começam a fazer parte dos planos de famílias, amigos ou mesmo ou de quem viaja sozinho.
E aí entra outro aspecto essencial da mobilidade sobre rodas, via aluguel de carros: a avaliação do estilo de viagem como primeiro passo para acertar na categoria do veículo a ser alugado. Quantas pessoas estarão na viagem? Qual o estado de conservação das vias a serem percorridas? E o volume das bagagens?
Diante disso, a preferência pelo aluguel de utilitários esportivos (SUVs) acaba sendo outra constatação significativa ao se avaliar a locação como opção de mobilidade. Em cinco anos, modelos como Jeep Renegade, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker, VW T-Cross, VW Nivus, Renault Duster e Ford Ecosport praticamente dobraram dentro das frotas disponíveis para aluguel no Brasil.
Sobre as tarifas de locação, elas também vão variar principalmente conforme a categoria do carro, tipo de proteção de danos, opção por devolução em cidade diferente e se haverá ou não motoristas adicionais. Por outro lado, quanto mais dias de aluguel, mais barata tende a ficar cada diária.
Fato é que a locação de veículos se transformou em uma opção de mobilidade prática e econômica, inclusive na comparação com táxis, com o transporte por aplicativos e até mesmo diante da alternativa de comprar e manter um carro próprio. Eis aí a razão de os “carros por assinatura” estarem tão em alta, mas isso já é assunto para uma outra história...
*Paulo Miguel Junior é Conselheiro Gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).