A procura de pessoas físicas pelo aluguel de automóveis a partir de contratos de longa duração está acelerada, nos moldes do que já vinha acontecendo com os serviços de streaming. Netflix, Globoplay e Amazon alugam filmes, séries e demais produtos audiovisuais por meio de uma mensalidade, de modo semelhante ao que as locadoras também começaram a fazer com veículos.
Essa modalidade de locação embute facilidades imediatas e benefícios que boa parte dos consumidores passou a conhecer. Por consumidores, aqui entendemos milhões de pessoas, que se surpreendem ao descobrirem que para alugar um veículo, via de regra, basta ter carteira de habilitação e cartão de crédito válidos.
No carro por assinatura, no qual contratos mais longos são firmados, o potencial é ainda maior, na medida em que o modelo estimula o relacionamento entre usuário e locadora. O cliente tem à disposição um carro novo, pelo qual irá pagar apenas a mensalidade, sem se preocupar com custos de revisão, manutenção, seguros, impostos e taxas referentes ao veículo.
Além disso, comprar um carro hoje em dia é uma tarefa que demanda tempo, pesquisas, dedicação, acompanhamento de preços e, na maioria das vezes, também as condições de financiamento. E quando chega a hora de vender, trocar um seminovo por um modelo zero quilômetro vira sinônimo de esforço redobrado (sem mencionar a significativa depreciação do bem).
A modalidade da assinatura rompe com esse padrão de perdas de tempo e de dinheiro. Paga-se apenas pelo uso e não pela posse. O dinheiro que você gastaria na compra do carro pode ser aproveitado para alavancar outros objetivos, sem que você tenha de abrir mão de contar com um automóvel em excelentes condições de uso à disposição.
Paulo Miguel Junior é presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA)